domingo, 11 de julho de 2010

Um Amasso

No calor de mais uma noite de inverno, saio a caça de um amor, de mais uma presa fácil, que tente me mostrar o que é amar, penso comigo “ será que esta noite encontrarei alguém que seja diferente?”, sei que não irei, então não crio grandes esperanças, caminho solitário a luz de postes de iluminação, e de uma lua que brilha como se fosse o sol, mil pensamentos rodeiam minha cabeça essa noite coisas sem sentido como “ será que a lua não sente inveja do sol, pois ele é tão grande e quente, e ela tão pequena, tão frágil e fria, alem do que depende dele para que possa brilhar, será que ela nunca quis ser igual a ele, crescer ser diferente do que é”, neste momento estou passando em frente a um salão de festas, nele esta tendo uma festa e decido entrar para ver como andava a festa, chego a portaria e vejo pessoas bem arrumadas, a moça que guardava a entrada me pergunta se eu tinha convite, respondo que não, ela então pede meu nome e o anota num pedaço de papel e me deixa entrar.Vou caminhando e me deparo com duas velhas na ponta do salão num cantinho escuro, apontando e difamando as pessoas da festa, “ que ridículas” penso mas não falo, vou andando e vejo casais pelos cantos, e começo a pensar como as pessoas necessitam de cúmplices, ninguém consegue viver só, as velhas corocas lá no fundo são um exemplo, assim como esses casais, acho que é por isto que as pessoas se casam, elas tem medo de não ter ninguém que as acompanhem em suas feitorias, sejam boas ou más, no mundo quem não esta conosco esta contra isso é regra, meu pensamento foi quebrado quando me aproximei das pista de dança, a sim vi uma noiva antes disto estava em um casamento, foi quando vi a aquela criatura, agora sim minha noite estava tomando o rumo o qual havia planejado, ela logo notou minha presença, e me olhou com seus olhos castanhos-te-quero, e eu respondi, não na verdade não fiz nada fiquei parado com as mão nos bolsos, a observando, com suas pernas longas de fora, não era muito alta, seus cabelos pretos escorriam pelas curvas de seu corpo, modelando sua alva pele, mais dois olhares, e desta vez uma risadinha, decido sentar-me numa mesa próxima, ela fala algo com a amiga que também olha, penso “estão falando de mim”, me distraio então olhando para uma mãe com um bebê, ele andava de uma lado para o outro e ela enfurecida tentava deixá-lo do seu lado, porem toda vez ele chorava e esperneava.-Ai! Da licença, vo sentar aqui ta? – olho para o trás assustado, era ela, a mulher com os olhos de caçadora- Sim, sem problema – disse com indiferença- Hum! Você não dança?- Danço, mas hoje acho melhor ficar sentado- até porque não conhecia ninguém, e se me descobrisse ali dentro me expulsariam, certeza, minha sorte era que só uma pessoa reparou em mim, e estava do meu lado com suas pernas grossas dobradas na minha frente.- O que ? vamos pare de moleza, dance comigo, seria bom dançar com você.- Certo mais uma musica só- seus olhos brilharam , nos levantamos e a musica parou, todos olhavam para o dj como se dissem “ pô! Toca logo essa musica” o dj então inventou algumas falas para taparem o buraco que fizeram no som, dentre sorrisos amarelos e reclamações estávamos nos dos, feito duas crianças que não se conhecem querendo se descobrirem, ela não sabia ao certo o que estava fazendo, pelo menos era o que ela passava em seus olhares, nesse instante minha frieza sumiu, e uma musica baixinha começou a tocar, enfim problema resolvido, começou a tocar um tipo de musica que chamam de rasta pé, é fácil o casal se abrassa e ficam fazem movimentos pré estabelecidos para fazerem igual, e não acabar com o pé quebrado.Nossos corpos se entrelaçaram, senti o calor de seu ventre, e as frias pontas do dedo dela, senti os socos que seu coração dava no meu, como se dissesse vamos olhe para mim, senti o gosto doce da voz dela acariciando meus ouvido com suas palavras,- Então qual o seu nome?- Me chamo Marcelo, e o seu? – Estava tímido- Sou Bruna.- È um prazer,- seus olhos olhavam em direção aos meus, foi neste momento que percebi o quanto era linda, nossa ela era magnífica – Nossa!- Que foi? Pisei no seu pé ai me desculpa?- Não foi isto não,- dei uma risada tímida- você é linda – Seu rosto aos poucos foi ficando vermelho, suas mão suaram frio.- Ai! – engasgou, não esperava ouvir isto de um cara que estava sendo tão seco, também não sabia porque havia insistido nele naquele momento, agora para ela havia um sentido, e estava ai sua recompensa, ele tinha gostado dela- Muito obrigado!Terminamos nossa dança, então nos desembaraçamos, ela pediu licença e foi com as amigas, elas conversavam e davam risadas, decidi então que era melhor eu ir, aquele lugar já havia me dado tudo o que poderia, fui caminhando tranquilamente em direção a porta, olhei para as velhas e pensei “ tomara que morda a língua”, e ela mordeu, “Nossa, não é mordeu mesmo, linguaruda” .-Hei espere – ouço alguém dizer de longe, ela vinha correndo em minha direção, com seus cabelos balançando, contando o ar e adoçando os corações- aonde você esta indo?- Acho melhor eu ir embora- Porque? Eu sei que você não é da festa, mas você é bem vindo, fique conosco.- Preciso andar, olhar as ruas, essa noite preciso encontrar algo.- Encontrar o que?- Não sei ao certo o que procuro, só sei que procuro, tenho que ir.- Irei com você, é claro se você não achar ruim.- Claro, será um prazer.Descemos a rua e entramos numa rua do lado da praia da Barra, aqui em Salvador as praias mesmo a noite são lindas, fomos andando e discutindo coisas fúteis como a lua, as estrelas, sobre a areia da praias, as ondas, nossos sonhos ilusões amores, foi quando nossas mãos se acariciaram por um instante.Passou-me pela cabeça por um instante, o que esta acontecendo, estava diferente, apertei a mão dela, então ela parou, e me olhou como se me pedisse algo, estava com um olhar de saudade, “ que estranho!”, não entendi mas sabia o que fazer, com a mão que estava livre acariciei seu rosto, sua pele era fina como seda, e macia como um sonho bom, ela relaxou o pescoço para me mostrar que estava bom, então decidi ir mais fundo, passei a mão para trás de sua cabeça:- Isto é um sonho?- perguntei a ela.- Quem sabe? É tudo tão estranho.Então nossos lábios se acariciaram, sob o luar da praia da barra, a lua brilhava, e me dizia “Não invejo o Sol, eu o amo, ele é meu cúmplice, ele é minha vida”, e juro que se não estivesse com Bruna, não acreditaria em uma só palavra dela.




Marques de Almeida
Marcelo Marques Junior

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